terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Aquele Abraço

 
 
 
praias cheias,
fogos de artificio
colorindo os céus
espolcar de champagnes
em mesas fartas
a tv com musicais
artificialmente criando
alegrias virtuais...
 
eu aqui sozinho...
solitario a pensar
no pc a teclar
esperando o ano novo
que logo há de chegar
para num grito
ao mundo lembrar
 
dos solitarios por opção,
doença ou condição.
dos velhos abandonados,
esquecidos em asilos.
e das crianças sem pais
na espera de adoção.
 
nos adultos e jovens
quais zumbis zanzando
sem rumo certo
nas cracolândias
das cidades.
 
nos moradores de rua,
papeleiros e sucateiros,
com seus cães fieis...
a espera da sopa quente
dos caridosos.
 
nas prostitutas e travestis
em comercio carnal
no lixo sagrado
de restos humanos
do prazer banal.
 
migrantes dos cortiços
ou refugiados imigrantes
escravizados nos porões
em bebedeiras colossais
memoriando com sotaque
a terra que ficou prá traz.
 
lembro-me do menino
que antes de expirar
perguntou ao policial
porque voce atirou em mim?
foi acidental o tiro fatal.
 
 
feliz ano novo!
 
 
 
 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

ESPELHO

 
 
Miro-me no espelho desbotado
contemplo um semblante
marcado,curtido
e de olhos cansados,
enmoldurado nas laterais
de cabelos nevados.
 
Toco levemente
minhas faces rubras
ajeito o bigode branco
acaricio o cavanhaque
esboço um sorriso amarelo
disfarçando a mim mesmo.
 
Pergunto sem resposta,
onde ficou o tempo
vivido,amado,chorado,
vendido,medido?
 
Silêncio!
 
 
 
ps: este poema escrevi no retorno de um velorio de um amigo que partiu no dia de ontem.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

De Profundis

 
 
Das profundezas
de minh'alma
do meu corpo
de minha vida
do meu sofrimento
da minha dor
sem alegrias!
 
Clamo a ti Senhor
mas finges não me ouvir
por isso não me respondes,
me ignoras...
 
Não desisto e persisto
clamando pelo alivio
chorando e ensopado
de lagrimas salgadas,
amargas e profusas...
 
Porque?
 
 
 
 



sábado, 14 de dezembro de 2013

CAMINHOS

 
 
nossos caminhos
serão longos, perenes...
com algumas pedras a serem puladas
alguns desvios a serem evitados
algumas derrapadas inevitáveis
mas juntos chegaremos
onde nos propusemos chegar...
 
desde sempre...
desde quando?  
nós não nos conhecemos  
nós nos reconhecemos
depois de tanto tempo...
 
esta postagem
será transformada
por mim para ti
num poema...
 
aguardemos serenos!