terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Aquele Abraço

 
 
 
praias cheias,
fogos de artificio
colorindo os céus
espolcar de champagnes
em mesas fartas
a tv com musicais
artificialmente criando
alegrias virtuais...
 
eu aqui sozinho...
solitario a pensar
no pc a teclar
esperando o ano novo
que logo há de chegar
para num grito
ao mundo lembrar
 
dos solitarios por opção,
doença ou condição.
dos velhos abandonados,
esquecidos em asilos.
e das crianças sem pais
na espera de adoção.
 
nos adultos e jovens
quais zumbis zanzando
sem rumo certo
nas cracolândias
das cidades.
 
nos moradores de rua,
papeleiros e sucateiros,
com seus cães fieis...
a espera da sopa quente
dos caridosos.
 
nas prostitutas e travestis
em comercio carnal
no lixo sagrado
de restos humanos
do prazer banal.
 
migrantes dos cortiços
ou refugiados imigrantes
escravizados nos porões
em bebedeiras colossais
memoriando com sotaque
a terra que ficou prá traz.
 
lembro-me do menino
que antes de expirar
perguntou ao policial
porque voce atirou em mim?
foi acidental o tiro fatal.
 
 
feliz ano novo!