terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Contemplação





contemplo 
o quadro negro
constato 
as sobras de giz
das palavras escritas
e apagadas...
tal qual os dias
de minha vida
esvaindo-se rápido...
vividos com marcas
em rotinas finitas
de obrigações
divinas, morais,sociais
políticas e culturais...
restando-me de pronto
uma pergunta: 
vivi ou morri ?




Eis-me aqui




quanto mais te conheço 
mais te amo
um dia no tempo
longo ou breve
a distancia
será encurtada
o silêncio 
será rompido
as palavras serão ditas 
entre nós
na manhã úmida
o amor florescerá 
sob o sol brilhante 
resplandecerá
 na noite de lua cheia
se completará!


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Zen







caminhar sempre
olhando a frente
para trás nunca
sem parar
junto ao mar
molhando os pés
sentindo o sal
curtindo sol
com todo o bem
e nenhum mal
zen!




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Esperadeira







na janela
lá estava sempre
debruçada 
mão no queixo
sorriso largo
olhos abertos 
atenta aos movimentos
do sobe, desce ladeiras...
esperando aquele rapaz
dar uma piscada
saindo correndo atras
daquele que seria capaz
de faze-la parar
de esperar!



quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Chorinho








em mesa de bar
sozinho, ouço por ti
bem chorado
um chorinho...

vertendo lágrima 
choro baixinho
com saudades
devagarinho...

ao som do violão 
no ritmo do pandeiro
com forte emoção
vem o bandolim 
o cavaquinho
alentando o coração!






In memoriam de Jacob do Bandolim e de seu filho Sergio Bittencourt grandes chorões !






terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sanctus Benedictus





bento santo,santo bento
são bento
monge dos brancos 
europeus


santo dito,dito santo
são benedito
frade dos negros
africanos


bentinho e ditinho 
santos do povo
santos de Deus
benedicti semper 
ad maiorem gloriam Dei



segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Papel Nosso





anotando,
escrevendo, 
desenhando,
meus sentimentos,
tristezas e alegrias...
papel nosso, 
de cada dia!




domingo, 2 de fevereiro de 2014

PROMESSA


Na caminhada da vida
Largaste-me caído
Faminto e sedento
A beira da estrada
Sem mais, nem porque.

Olvidando-me
Seguistes em frente
Sem ouvir meus apêlos
Indiferente...

Soergui-me qual Fenix
Das cinzas do tempo
Pondo-me em marcha
Lenta pelo cansaço
Contínua e persistente.

Caso mais a frente
Por um motivo qualquer
Encontrar-te esmorecida
De mãos estendidas
As minhas não te negarei
Prometo!


Encantos







no canto dos cantos 
te vejo além
na luz do luar
te busco também
em becos escuros
 tu me retens!




Porto








No mar revolto de tua vida,

Quero ser teu porto seguro.

Onde atracas teu jovem coração,

Curando-te as feridas... 

Antes de uma nova partida!