domingo, 15 de novembro de 2015

Rio Doce









não vale!
o rio era doce
amargo ficou
ferroso corou
o mar enlamou
assoreado 
sem margens
a vida matou
 a água sujou
o peixe acabou
vale a dor?



terça-feira, 27 de outubro de 2015

In Vino Veritas






oh! Vinho tinto
cor de sangue
afogo-me em ti
cada vez mais

após uma taça e outra 
surgem 
o poema dorído 
de palavras duras
a pintura luminosa
em tons fortes

 curtidas na dor
da ausência 
dos descaminhos

invoco 
Dionísio do Olímpo
no copo a festejar
Michelangelo da Caravaggio
nas tintas a consolar!




sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Silêncio







quando menino
correndo pelas ruas
e campinas 
da minha aldeia
voce lá estava
eu sempre o via 
em todos os lugares
ficastes amigo
falavas comigo
cresci te ouvindo 
todos os dias
a toda hora...

passado o tempo 
voce foi se calando
mas eu todos os dias 
sempre a mesma hora
no mesmo lugar 
no meio da noite
vinha te ouvir
atento a qualquer sinal 
da tua presença
e não ouvia mais nada!





in memoriam de Arturo Paoli
inspirado num depoimento dado ao escritor Leonardo Boff



terça-feira, 13 de outubro de 2015

Alfa Omega




dizer um não
quando o esperado 
era um sim
de mim para ti
de ti para mim
ainda assim
pelas areias quentes
do deserto árido
caminhamos 
do principio ao fim
ai de ti, ai de mim!





segunda-feira, 25 de maio de 2015

Minha Mãe





dia após dia
nas tremulas mãos
no cinzento do olhar
no cerrar dos lábios
no silencio do ouvir
tal qual uma vela
queimando... 
suas útimas cêras
emitindo seus
lumens oscilantes
noite após noite
lá vai ela a caminho
do infinito!

Curvas inúteis...





"não apressem o curso natural das águas dos rios, eliminando as curvas aparentemente inúteis...pois as águas apressadas redundam em desmoronamentos,enchentes,alagamentos,
corredeiras e as vezes em afogamentos..." 

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Salvaterra







ao mar...
em Marajó
amar 
do nascente
ao poente 
do sol...
em mar aberto
de ondas
e marés...
altas e baixas
fortes e calmas
liberto!

Partidas






Pelas linhas do metrô
Na busca do Empório do Aço
Eu me parti em pedaços
Ao vê-lo partir!